domingo, 26 de abril de 2009

Ser vs Saber


O belo que se tem começa a apagar-se nesse tê-lo. A beleza é do imaginário e a imaginação é uma forma de se possuir o que não se possui. (...)Tudo cansa excepto o cansaço, que é o limite desse tudo. Não podemos ser glutões de seja o que for, porque o seu fim está no enjoo ou no vómito que se segue.

Vergílio Ferreira

Quando se é belo, não se pode ser belo se não houver ninguém a saber que aquele o está a ser ou quando, por outro lado, toma consciência que o é.

Quando a primeira acontece, estúpido é aquele que belo é, porque não sabe que o é. Mas triste é aquele que o contempla, porque, apesar da virtude de ter a noção de belo, ele ama.

Quando a ultima acontece, quando se toma consciência do que se está a ser, então deixa-se de o ser.
Preferia não saber o que faço, fazendo-o bem.
Invejo as plantas, que vivem simplesmente sem grande alvoroço, sem grande rebuliço, que vivem simplesmente, sem pressa de serem. Tão ingénuas, tão estúpidas, tão belas.
O que importa não se saber que se é belo? Se soubessem, não o seriam.



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