terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ama, ama-te, ama a vida, ama cada pessoa.

Sê tu. Não te esforces de todo. Não tentes ser ninguém.
Estarias a ser enganado, porque ninguém é ninguém e, dessa forma, estarás a receber nada. Os outros são tu, logo se tu dás nada de ti, de ti nada receberás.
Os outros são tu, no sentido em que são a resposta ao estímulo que tu és para eles e, se um estímulo não é devidamente estimulante, a resposta ao mesmo não vai ser suficientemente rica. Não "te" vais receber.
Os outros estarão a responder a uma outra pessoa, a alguém que não existe, e, uma vez que tu és também resultado da interacção com os outros, a tua percepção da realidade e as tuas condutas não terão coerência com a realidade efectiva.
Mas não é só de ti que deves receber. Nem só de ti indirectamente.
Conhece-te directamente através da introspecção, enriquece-te através dos outros, procura-te através do que ainda não viveste e lembra-te que viver é diferente de sobreviver. Faz, sobretudo, com que não seja preciso lembrares-te disso.



domingo, 18 de setembro de 2011

Voltas na barriga


Tu, que consegues dizer sem nada falar, soltas palavras que não vêm noutro dicionário senão no nosso e sopra-las para os meus ouvidos, como quem não quer mais dizer, dizendo.

Tu, que me fazes desejar ver-nos abraçados a olhar para o céu da noite como se fosse só nosso, não penses que manipulas o tempo. O tempo que damos ao tempo é o tempo que o tempo não tem.

Tu, que me fazes saber o que é ansiedade, dá-me a conhecer o que é paixão. Em troca, eu ensino-te, também sem nada dizer, o que é agir sem razão.