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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"Qualquer um pode zangar-se - isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa não é fácil" (Aristóteles).

sábado, 6 de junho de 2009

Não me toques


Fecho os olhos e fico um bocadinho para me assegurar que ainda estás aí.
-Estou.
Que coisa, que bem que sabe trazer-te.

Não me toques.
"É sempre mais fácil um homem perdoar àquele que o iludiu do que àquele que lhe desfez a ilusão."O belo que se tem começa a apagar-se nesse tê-lo" VFerreira
O teu nós és tu e o meu nós sou eu. O que é além de nós não existe, muito menos o que está entre nós.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Mesmo fútil a vaidade não é inútil


Para quê livrar-me da vaidade que apavora o que me é a priori às palavras, esse postiço essencial na escrita o que permite, se quiser, não seguir as regras de ninguém senão as que não são o eco de ninguém, que é para isso que foi inventada?
Se não sou livre aqui, a culpa é tua, porque me estás a ler porque te estás a impor. A culpa é tua, a culpa é tua!
Mas a escrita sem vaidade fica-se-me vazia e eu sem vontade de procurar o porquê de a vaidade querer aplauso. Logo, fico com vontade mentirosa de dormir. Já está a aparecer o sono. Boa noite. ´É assim que acaba. Acabou.

domingo, 15 de março de 2009

As baratas vão ficando


Só as baratas vão ficando. São muitas, sozinhas em grupos, escravas da carapaça umas das outras. Bonitas, mas sujas e baças.
Se olho para o fundo, procuram indiscretamente o que os meus olhos vêm, sem êxito.
Eu vou-me embora e elas ficam, baças, à procura de mais baratas.


terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

T o l o



Ponho a máscara de tolo, a mais conveniente que conheci, a que esconde o reboliço que aqui vai, que encobre o que se enrola e desenrola.
Procuro ser essa máscara também por dentro. Sei, aliás, a forma que me permite sê-la e que só em estados transitórios e descontínuos a cumpro: basta, quando estou às escondidas, seguir aquilo que o actor faz quando entra em cena. É tão fácil…


Estados de equilíbrio são partidas que a mente me prega, formas de brincar ao toca-e-foge que me fazem criar expectativas insustentáveis.


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Entre nós há uma janela. Eu estou do lado de dentro


Não é este o conceito dos pessimistas, como aquele de Vigny, para quem a vida é uma cadeia, onde ele tecia palha para se distrair. Ser pessimista é tomar qualquer coisa como trágico, e essa atitude é um exagero e um incómodo. Não temos, é certo, um conceito de valia que apliquemos à obra que produzimos. Produzimo-la, é certo, para nos distrair, porém não como o preso que tece a palha, para se distrair do Destino, senão da menina que borda almofadas, para se distrair, sem mais nada.
Pessoa



Amo o optimista, aprecio-lhe todos os passos que dá na vida, o que dela faz, aquilo que em si próprio cria. O optimista é o criador exemplar que deve ser contemplado por todos os que perdem tempo em pensar. Ele, mesmo conhecendo, mesmo vendo, sabe viver simplesmente.
O que resta ao pessimista senão a contemplação do destino de forma morosa? A única coisa que tem é o potencial para renegar a admiração pela acção, o facto de a querer viver. Mas também o próprio potencial tem moleza.
O contemplador é aquele que contempla tudo "na sua íntima substância". Em vigília, p e r d e - s e , esgota-se e volta a adormecer. Sobrevive, gozando insatisfatoriamente a passagem, até ao dia.
Amo o optimista. Não o quero interrogar nem procurar, quero vivê-lo. Quero amá-lo, mas amando-me primeiro.
Contento-me insatisfatoriamente em contemplá-lo.

Entre nós está uma janela e eu estou do lado de dentro.


Sento-me à porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem, e canto lento, para mim só, v a g o s cantos que componho enquanto espero.