domingo, 26 de abril de 2009

Gosto de me ver




Gosto de me ver, mesmo não tendo prazer nisso.
Gosto de desprevenidamente me apreciar, porque me amo sem saber que sou eu a pessoa que amo. Passo a ser o outro que não existe, o melhor observador, o maior admirador, o mais apaixonado, mas só até ter consciência de que sou eu que observo, que amo.

A consciência não bate à porta, como as percepções que a antecedem; mas, ao contrário, não é bem vinda. E é gorda, não permite lugar para mais nada senão para a sua própria função: pensar.

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