sábado, 6 de fevereiro de 2010

O tempo não é sinesteticamente mensurável

A luz violenta que anuncia o dia desperta-me, afinal, suavemente. O dia ressuscita pela ésima vez. Mas onde procuro aconchego é nos pedacinhos de noite que restam na minha cama.
Enlaço-me nos lençóis, cubro a cara e volto a dormir...

Blá

Ser mini-meu é ser menos do que eu.
Amanha serei maxi-meu.
Mas só amanhã, que hoje tenho preguiça.

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Se ser Deus é ser omnipresente e omnipotente do seu mundo,
Então eu sou Deus de mim.
Eu tomo omniprepotentemente conta de mim.

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"O nosso prazer é o prazer dos outros." (A sério, o hedonismo é mesmo altruísta?!)
Daí o porquê de não sermos felizes sozinhos.
Isso não quer, no entanto, dizer que sejamos altruístas,
Pois o prazer será, em ultima análise, desfrutado por nós.
Podemos chamar-lhe um altruísmo-biologicamente-egoísta.

Escritos a adormecer


Vistas por outrem não passam de meras imagens sem cor, as nossas lomografias. Mas cor não lhes falta: estão bem vivas e rosadinhas as representações mentais que fazemos com o auxílio dessas imagens em papel. É onde diligencio e procuro mas não encontro, conseguindo, contudo, brevemente lá ficar.
É atroz a ansiedade que nos consome quando, parando no tempo, este continua (talvez ainda mais depressa) e nos deixa impotentes. É esse o papel do pensamento: conferir um vazio insanável, porque aquele pedaço de tempo já era...
Entretanto fico inchado de angústia e deixo cobardemente que esta me corroa.
Burguesinho