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domingo, 26 de abril de 2009

Livre livre sou eu


Descobri que não sou livre porque quero mas porque me deixam ser Logo não quero porque não posso querer para não deixar de ser [o que quero] e como sou livre e faço o que não quero escrevo livremente sem querer saber o que interpretam os que querem ler Livre livre sou eu que fora do sitio sem lugar nem tempo que acolhe o que penso não sou nada senão os outros e pensas tu que não e não te dão razão porque querem que sejas livre

sábado, 25 de abril de 2009

Tic Tac Tic Bum



O tempo é aquilo que me cria ansiedade, que me faz deixar de ser quem sou e goza com o que não fui. O tempo é coisa minha, criada na mais ingénua fase da minha vida.
Suicida, porque já consciente, aperto o meu pulso ao relógio e prossigo.
Tento enganar quem?

De passagem




Este vento, que entra de fininho a deslizar-se-me na pele, pelo fundo das costas, e sai, arranhando suavemente o pescoço, toca e provoca sem se deixar apanhar.
Sem som, sem cheiro, sem corpo, vai-se embora, despede-se na camisa e deixa-me novamente sozinha, tonta, à espera da próxima vez que a brisa se pavoneie nas minhas costas.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Estúpidos animais estúpidos


Os animais, felizes inconscientes
Que para morrer vivem,
São invejados pelos (im)pacientes,
Infelizes, que mortos sobrevivem.





Sejam rebeldes


Sejam rebeldes,
Pensamentos v ã o s, que
Para nada servem
Senão para serem prisioneiros de mim mesma.

terça-feira, 31 de março de 2009

Tenho Tudo


Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.


Alvaro de campos

terça-feira, 24 de março de 2009

Retiro vs Ataraxia

Antigamente conversava-se mais, reflectia-se mais, havia tempo exclusivo para pensar.
Hoje fala-se mais, corre-se mais, temos mais velocidade, mais pressa, mais urgência de coisa nenhuma.
Amanhã teremos mais pernas e mais longas.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Caleidoscópio

O meu mundo sou Eu
Só vejo o que quero e o que quero deixa-me os fluxos a circular em flecha.
Tenho um olho fechado e o outro vidrado no caleidoscópio onde colo imagens dos meus sonhos mais coloridos. Mas de tão inquietantes não cabem na lente, miúda, e fecho os olhos para ver melhor.
Mas brilham tanto que não deixam ver os contornos. Ainda.

domingo, 15 de março de 2009

O Quase

Só desejo o que não tenho.
Mas não desejo ter, apesar de não ter, porque tenho a ilusão que tenho. O que desejo é conhecer.
O desejo é-me tudo e o conhecimento nada.
Sonho com o que me é impossível.
Quero descobrir o caminho que não precisa de técnicas nem ferramentas para ser caminhado.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

T o l o



Ponho a máscara de tolo, a mais conveniente que conheci, a que esconde o reboliço que aqui vai, que encobre o que se enrola e desenrola.
Procuro ser essa máscara também por dentro. Sei, aliás, a forma que me permite sê-la e que só em estados transitórios e descontínuos a cumpro: basta, quando estou às escondidas, seguir aquilo que o actor faz quando entra em cena. É tão fácil…


Estados de equilíbrio são partidas que a mente me prega, formas de brincar ao toca-e-foge que me fazem criar expectativas insustentáveis.