terça-feira, 31 de março de 2009

A Arte

Não procuro a essência verdadeira, mas a verdadeira essência das coisas.
Depois disso, procuro a verdade essencial, a permanente, a que não tem espaço nem tempo, a eterna, a que não é contada.
O real é o que existe de verdade, o que não é imaginário, ilusório, utópico, fantasioso, aparente, enganador.
Assim, a imaginação é um mero embuste, algo que não existe verdadeiramente enquanto matéria.
Pode, contudo, existir de facto quando a complexidade conceptual da mente, que lhe dá forma abstracta, é reproduzida e representada para o mundo real. A esse parto, a essas reproduções que descem ao mundo, damos o nome de Arte. No entanto, apesar da sua presença no mundo real, a Arte não existe realmente; pois apesar do espaço ser determinado, a sua presença não é figurada.
Isto acontece porque a Arte é uma forma de união entre a verdade abstracta e a verdade efectiva, permitindo ao mundo real receber o vago. Permite a reunião entre a verdadeira essência e a essência verdadeira.
O resultado dessa união é uma síntese criativa, um novo novo que é criado com a intenção de ser transmitido e, por isso, é novo e diferente do seu progenitor.

A dor lida não é igual à dor sentida nem à dor escrita. Em qual está a verdade?

Não existe arte nua.

A arte só existe se o homem existir,
Nunca é desprovida de juízos de valor.
A criação de Deus é o universo;
A do homem é o já criado e ainda não descoberto.

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